Adrián Frade, reposteiro do restaurante-espaço cultural A Nave de Vidán

PGL – Adrián Frade é natural de Antas de Ulha, atualmente mora em Compostela e é reposteiro do restaurante-espaço cultural A Nave de Vidán. Sempre utilizou o galego para tudo, acha que a proposta reintegrante é a única opçom de futuro para a nossa língua e, sob a máxima de que a uniom fai a força, aderiu a projetos como o da AGAL ou como o d’A Gentalha do Pichel.

Como é o mundo de um neno galego-falante, criado no rural e no centro da Galiza, do ponto de vista da língua? podíades manter-vos no monolingüismo?

O mundo era totalmente galego. Porém, chamava-me a atençom que a gente maior que sempre falava galego se dirigisse a mim e meu irmao em castelhano por vê-la como a língua do futuro. Tanto na casa como na escola a língua comum era o galego, polo que se pode dizer que vivia no monolingüismo.

Quais eram os usos do galego na tua infáncia? e do castelhano?

Utilizava galego para tudo, só usava castelhano com os meus primos de Euzkadi, até que advertim que eles queriam e tentavam falar galego; aí comecei a exercer de mestre.

Como influi o facto de seres galego-falante de berço no teu ativismo associativo e político?

Foi-no tudo, desde sempre quigem defender o que considero um dos nossos símbolos de identidade; além disto, o facto de pessoas do meu entorno mais próximo tiverem a mesma vontade foi também algo decisivo.

Depois chegas a Compostela, umha cidade, a estudar. Como foi essa passagem do rural para o urbano? e na língua?

O passo foi simples porque Compostela é umha cidade acolhedora, realmente umha “vila” grande mais do que umha cidade. No que diz respeito à língua, nada mudou e no meu ambiente continuava a dominar o galego (na escola, na casa, com os amigos …)

Pensas que o futuro do galego passa só polo rural? existe futuro nas cidades?

O futuro do galego passa por todos, e a questom nom é o espaço físico (rural ou urbano), senom as pessoas, pois somos nós quem escolhemos falar ou nom galego. Nos últimos tempos, algo está a mudar no rural e de facto nom gosto nada de que no rural se estenda o uso do castelhano como símbolo de futuro e de progresso.
Nas cidades pode haver mais ferramentas para normalizar e fortalecer a situaçom da língua mas, novamente, som as pessoas que decidem que falando protegem e defendem a NOSSA língua.

Na cidade tomas contato com o reintegracionismo, conheces pessoas e projetos como a AGAL ou a Gentalha do Pichel. Foi difícil dar o passo?  como e por que tornas reintegracionista?

Tomei esta decisom ao considerar a única opçom de futuro para a NOSSA língua, precisamente por isso nom foi um passo difícil, todo o contrário. Ademais vale a máxima de que a uniom fai a força, que foi outro motivo de peso para sumar-me a estes projetos.

Já explicache a tua família, namorada, amigos ou colegas? Que opinam sobre o tema?

Pode-se dizer que o meu entorno mais próximo está à par do meu vínculo com a associaçom, e eu gostaria de que eles nalgum momento decidissem acompanhar-me nesta nova etapa e andar juntos novos caminhos como já figemos antes.

Que visom tinhas da AGAL, que motivou para te associar e que esperas da associaçom?

Já há muito que conhecia a associaçom e a sua razom de ser, e isso foi o que despertou o meu interesse e a minha curiosidade. Por isso cheguei à associaçom, com o desejo de aprender e poder nalgum momento fazer tambén algumha entrega.

Como gostarias que fosse a “fotografia linguística” da Galiza em 2020?

Gostaria que fosse uma foto onde ninguém despreciasse o galego, umha imagem sem preconceitos ou limitaçoms em relaçom à língua. Em muitos casos, estas limitaçons estám impostas polos próprios galegos, ainda que semelha contraditório, fruto de inseguranças e da pressom exercida polos que recusam usar a NOSSA língua. É preciso superar esta situaçom de imediato.

Conhecendo Adrián Frade

  • Um sítio web: Nas últimas datas o Estraviz.
  • Um invento: O termómetro.
  • Umha música: Nao, Xenreira, Trapalhada…
  • Um livro: “A cozinha ao desnudo” de Santi Santamaria.
  • Um fato histórico: A guerra civil espanhola de que tantas histórias e dificuldades me contou meu avô que lutou no bando Nacional obrigado polo cura.
  • Um prato na mesa: Muitos, mas sobretudo os da cozinha de lenha da minha avó.
  • Um desporto: Futebol.
  • Um filme: Muitos, sobretudo aqueles que transmitan algumha mensagem.
  • Uma maravilha: A diversidade gastronómica da Galiza.
  • Além de galego/a: Mirar de onde vimos para saber aonde queremos ir.

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