Marcos Saavedra: “Se quigermos criar a nação, fazer país ou que cada qual insira o termo que queira, precisamos duma sociedade civil forte e dumas instituições prestigiadas.”

Com a “Arma de instrucción massiva” do Raúl Lemesoff

 

Marcos Saavedra Blanco (Ribadeu, 1982) leva já mais de trinta anos lutando contra o dito “Quem muito abrangue pouco aperta”. Tem sido camareiro, jardineiro, músico e até probou sorte no “Gran Sol”.

Havana outubro do 2015, num terraço escrevendo o diário de viagem.

Havana outubro do 2015, num terraço escrevendo o diário de viagem.

Atualmente é estagiário na Biblioteca da Deputação da Crunha enquanto estuda para concurso público e é um dos ativos novos sócios da AGAL.

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Paleofalante, músico, viageiro, passepartout como a personagem do Jules Verne, formado em documentalismo, e agora bibliotecário estagiário na Biblioteca da Deputação da Crunha… O que mais nos contas de ti?

Nasci em Ribadeu, mas minha irmã e mais eu somos a primeira geração vilega. A póla materna da família é de Goios (A Ponte Nova) e a paterna da zona da Ribeira de Piquim/Fonsagrada, ainda levando ambas em Ribadeu desde a década de 60.

Há um ponto que passados os anos cuido marcante: por terem rifado entre elas as gerações anteriores, nós perdemos o vínculo cum rural que continua a estar dalgum jeito aí: na obsessão por plantar ainda morando num apartamento, na alimentação. com a excepção de meu pai, que anda ao mar, a minha família é em parte gente que mora na costa mas de costas ao mar, uma vida bem semelhante à do interior, como se continuassem lá.

Meus pais casam novos. Ele é um homem teimoso, que não pudera estudar de moço por ter já uma irmã estudando fora e enrolou-se. Já de adulto andou a estudar e vem de aposentar-se como patrão de pesca dum barco do pincho. A minha mãe não trabalhou até que tivemos uma idade e agora trabalha de peão cultural.

As avós trabalharam servindo em casas ou em hotéis e dos avôs tenho pouca lembrança por morrerem quando eu era um pícaro.

Estudei num colégio de freiras. Há pouco perguntei-lhes e meus pais falaram-me de que tiveram uma conversa sendo nós pequenos sobre a língua que usar na nossa formação. A pressão social existia e chegaram a um acordo: escolheram às freiras mas mantinham o galego.

Sou curioso mas disperso e passo dum tema para outro. Pego algo que me interessa e posso passar uma semana ou três meses lendo compulsivamente sobre isso até que dou cum outro tema que me interessa.

Interessa-nos a tua visão da língua na Galiza, a sociedade, no teu espaço social, familiar, vital. Ou mais simplesmente, por que és galego-falante e reintegrata?

Eu cresço num ambiente galego-falante mas diglóssico, com graus, e no que a qualidade da língua não é mui valorada. Vou para Compostela dizendo “sartén” e volto dizendo “tijola” como tantos outros da minha geração. Porém, um dia vai minha avó e me solta “isso será agora, porque sempre se disse tigela” quando ela já se tinha acomodado no “sartén”.

Aos 17 anos, influenciado por alguém que seria mui importante em quem sou hoje, o Lalo Gutiérrez, opto por empregar só o galego. Lembro-me de ter feito algum exame no bacharelato naqueles mínimos que empregava o BNG na altura.

Na fala, suponho que como todos, depende do registo. Durante anos vou procurando tirar fora os castelhanismos e achegar-me ao padrão ILG. Porém, agora procuro o caminho inverso voltando aos “botois” e ao “ontes” característicos do galego do leste enquanto evito diferencialismos aos que lhe vejo pouco sentido.

Na escrita tenho um barulho terrível. Não tenho formação linguística além das aulas da escola e do bacharelato, que como sabemos, são as que são. Figem um par de cursos de português, mas um era variedade de Portugal e o outro na do Brasil o que não ajudou muito quanto a clarificar as cousas. Leio muito mas escrevo pouco e o que faço são cousas técnicas que não difeririam muito duma língua romance para outra.

verão de 2014 em Ribadeu, verão 2014, a ver se caia um pinto. Pescando coa família.

Verão de 2014 em Ribadeu, a ver se caia um pinto. Pescando coa família.

És músico e documentalista… por que esse interesse na língua?
Na verdade músico já não me sinto mais, sou pouco galego nisso, pouco saudosista e não aduito botar a olhada atrás. Como anedota podo-vos contar que o maior logro ao que cheguei foi a tocar com o fagote no Teatro Jovellanos [Xixón] numa série de representações do “Xoanon” de Moreno Torroba. É uma zarzuela folclorista com todos os tópicos sobre as Astúries que puderdes imaginar: a sidra, traços duma língua asturiana convertida (ainda mais) em dialeto…

O interesse pola língua sempre o tivem, mas o Beiras e o BNG atuam de factor catalisador. Nasci em 82 e aquilo colhe-me na adolescência, aquele discurso, aquele homem. É uma cousa que foi indo e vindo ao longo da minha vida, sempre adorei os dicionários e as enciclopédias mas não gostei muito da gramática nem da sintaxe.

Depois chega a classificação. Nós temos um auxiliar de língua e podemos pôr galego ou português, então, o que fazer com a poesia medieval ou os livros da Através? E fui procurando casos de línguas em que as fronteiras linguísticas e políticas não coincidem e por aí também tirei numa etapa.

Imagina para alguém que gosta de enciclopédias a descoberta da CDU, em minha opinião uma façanha intelectual admirável. Claro que são dous ricos belgas que o fazem desde a sua cosmovisão e o produto que criam é racista, machista, eurocêntrico e todo o que queiramos. Mas aí entra o senso crítico, como facto em sim é admirável.

Estiveste de intercâmbio em Brasil, no sul, em Florianópolis, como foi a experiência? Ajuda ser galego?

Claro que ajuda. Como bem sabes “galego” é uma palavra mui polissémica por aí fora. Lá é principalmente alguém loiro de olhos azuis, uma categoria em que entro sem forçar. Então, quando me perguntam de onde é que sou e respondo “galego”, muitos brasileiros ficam algo desnorteados tipo: “galego sim, estou a ver, mas da Alemanha, da Itália, da Espanha…”?

O brasileiro e a gente do novo mundo em geral, sempre pola minha experiência, são a priori pouco sensíveis à questão das nações sem estado da Europa e costuma ser bastante centralista. Pra eles, com a excepção parcial dos gaúchos um estado grande é um estado forte. Contudo, é gente aberta e curiosa e como em todo grupo humano um dá com gente de todo tipo.

Dou numa universidade pequena a UDESC, fronte à UFSC que é uma cidade com ritmo próprio ficando a dous quilómetros uma da outra. Lá havia um monte de portugueses de intercâmbio e as leias com a língua eram constantes, os portugueses diziam que os brasileiros andavam a estragar-lhes a língua e que aquilo já não era mais português e os brasileiros diziam que não entendiam nada desse sotaque esquisito.

A experiência no Brasil pode ter sido determinante para a minha achega ao reintegracionismo. Boto lá de julho de 2012 a julho de 2013, quando encetavam aqueles protestos que desde fora não se sabia muito bem o que eram nem cara aonde iam e, infelizmente, vem de ver-se.

Santa Catarina é um sítio particular: Florianópolis é uma grande potência turística mas nem só, é também uma potência tecnológica que faz fronteira com a argentina polo oeste (Iguaçu).

A capital, a que os portugueses chamaram Nossa Senhora do Desterro, foi-se povoando em fases: no XVIII uma grande colonização açoriana, com a independência e as políticas de do imperador para “branquear” o Brasil chegam no XIX os camponeses europeus, especialmente alemães e italianos.

Aí dá para um inciso sobre as línguas, nas colónias camponesas do interior os alemães mantiveram a fala, ainda tendo sido proibida e reprimida nos tempos do Getúlio Vargas (ou graças a isso), em oposição aos italianos que a perderam. É uma cousa a que dei bastantes voltas estando lá. Em Blumenau tem lugar o segundo Oktoberfest mais populoso do mundo a seguir ao de Munique para que te faças uma ideia.

O XX arranca em Santa Catarina com a Guerra do Contestado e nos últimos anos a grande imigração virá do Rio Grande do Sul.

Voltando à língua outro ponto que me surpreendeu muito é a diglossia entre as diversas variantes, não é tão acusada como aqui mas existe. Em Floripa o manezinho tem um sotaque mistura entre o gaúcho e o açoriano, mas como na altura era uma zona de grande prosperidade económica os brasileiros que chegavam de sítios mais deprimidos economicamente imitavam-no. Um amigo com apelido polonês que era do interior do Paraná, dum sítio chamado Castro, dizia-me que na sua língua materna ele dizia “leite quente” coma nós e não “leichi quenchi” como costumavam dizer lá, mas que como ia falar assim na universidade? Um paulista da zona caipira que pronunciava os “ch” coma nós e tinha um pseudorotacismo, um mineiro que dizia “limões” exactamente igual que se diz na beira asturiana da Ria de Ribadeu. Aí eu pensei, ou seja que eu entre “limois/limós” que se dizia na minha casa, viro cara “limóns” e tenho que cruzar meio mundo para terminar por dar aqui cum tipo que fala como os de Castropol?

Nessas pequenas cousas é onde se vê (ou eu cri ver e descobrir) a continuidade da língua.

Com a “Arma de instrucción massiva” do Raúl Lemesoff

Com a “Arma de instrucción masiva” do Raúl Lemesoff que depois se faria famosa por esta propaganda.

 

Como foi a volta? E por que te achegas ao reintegracionismo?
À volta vejo-me cum ano inteiro para preparar o TFG e então vou para Manchester. As redes sociais são uma ferramenta genial estando fora e dou com que é útil manter nas redes sociais essa língua na que escrevo porque é inteligível por todos, quer os brasileiros, quer os galegos e portugueses.

Comentas que ainda na periferia nunca entraras em contato com o reintegracionismo, mas destacas que a volta do Brasil, num ambiente de bastante barulho e raiva como o que há nestes tempos, encontraste que as cousas que che interessavam em positivo saíam do entorno do reintegracionismo…

Nas redes sociais, por exemplo, muitas das contas mais interessantes e engraçadas com que que dou estão escritas em galego reintegrado. O Dia da Toalha, as Letras deste ano com os disfarces da época das Irmandades… Adoro esse perfil lúdico.

Tenho escutado gente que não acreditarias defender a grafia reintegracionista por ser melhor para a supervivência do galego e para a melhora do espanhol na Galiza, temos aliados onde menos aguardamos tê-los.

Acredito num discurso em positivo. Tendo claro que partimos duma posição que não é a desejável e que para fazermos pequenos avanços há que trabalhar mais do que os outros, há que pôr-se. Temos que contribuir um pouco para tirar a imagem do galego reintegrado como algo que apenas serve para arengas políticas.

Na feira do livro de Compostela 2016, numa atividade de animação à leitura para crianças.

Na feira do livro de Compostela 2016, numa atividade de animação à leitura para crianças.

Atualmente és bolseiro na Biblioteca da Deputação da Crunha, e tens a sorte de trabalhar nos fundos galegos, surpreendeu-te o que há? Pensas que se conhece realmente o património bibliográfico?

Não é a primeira biblioteca em que estou, figem um estágio nas municipais da Crunha e botei logo um ano na municipal de Ferrol, que também conta cuns fundos importantes. Porém, no que a fundo galego se refere a da Deputação é uma cousa a outro nível.

O meu Trabalho de Fim de Grau foi sobre a legislação do património documental e bibliográfico e cuidava ter lido bastantes dos nossos clássicos. Aí está um outro foco que me interessa neste momento e é como alguém coma mim que se gabava de conhecer bastante bem a nossa literatura do século XX chega e descobre um monte de autores ou editoras das quais nunca tinha ouvido falar.

Por exemplo, o Correa Calderón, um tipo interessantíssimo até a guerra e quiçá com Viqueira o maior defensor do reintegracionismo. Como é que não lera nada desse homem? Por franquista não será num País que deu as letras a Cotarelo Valledor; por ter pouca obra em galego tampouco, aí está Díaz Castro com um livro de poemas e, vendo a qualidade dalgum autor dos que lemos nas escolas, também poderíamos descartar isso como factor.

Na Havana em outubro do 2015, diante do Centro galego

Na Havana em outubro do 2015, diante do Centro galego

E assim, até que quedam duas cousas o ser reintegracionista e, polo escrito nas edições fac-similares de Ronsel feitas nos aniversários, não bailar-lhe as águas ao galeguismo dominante da altura.

Tampouco quero dizer que haja uma conspiração, contudo há vazios e silêncios bem suspeitos.

Sendo bem-pensante quero crer que polas dificuldades reais que há para investigar (precariedade dos investigadores, fundos dispersos e pouco descritos, catálogos incompletos e com erros, horários impossíveis, arbitrariedade no acesso, falta de pessoal…) abusa-se das fontes secundárias e terminamos por escrever sempre o mesmo.

Sendo mal pensante poderíamos crer que o que há é algo mais, uma certa tendência teleológica a procurar suporte documental ao que queremos dizer, ou seja o contrário ao método científico.

Ver as primeiras edições do século XIX e primeiros anos do século XX, sempre surpreende, pela qualidade dos livros, pela sua estética… e pelo reintegracionismo neles, não é?
Claro, dar com aquelas capas do Diaz Baliño, do Cebreiro. Aquelas edições que sendo populares são tão feitinhas. E o reintegracionismo está aí, o debate está desde o Rexurdimento e na época das Irmandades é forte, além de ter sido fechado em falso.

O reintegracionismo está aí sempre, simplesmente vai mudando de nome sejam etimologistas, sejam lusistas.

Chega ler n’A Nosa Terra da altura: “Só provisionalmente por razóns de comenenza actual prescíndase sempre da representazón etimolóxica que usa os siños g, j; xente, xaneiro”.

E um dia, por acaso, dou por acaso com o “Método de lectura” de Josefa Iglesias Vilarelle, possivelmente o primeiro para alfabetizar os pícaros em galego, abro-o e aí estão o «x», o «g» e o «j».

Quais são os fundos, livros, revistas que mais te impressionaram?
“Conto de guerra” de Díaz Baliño, arrepia ler essa dedicatória a Anxel Casal e às escolas das Irmandades sabendo o que virá depois. De Baliño é também a capa do “Poema da Cruña” do Padre Rubinos, que poderia estar olhando como um quadro durante horas.

O ter acesso na biblioteca às primeiras edições de quase todo torna difícil fazer uma escolha.

Somos bastante reducionistas, é normal sentir-se cómodo nas certezas, contudo devemos citando o Manuel Antonio ir “mais alá”. Não pode ser todo Castelao e Rosalia, e isto dito por alguém ao que visitar o quarto 202 do Centro Gallego foi uma das cousas mais especiais que lhe aconteceu na sua vida.

Em Lisboa, 2014

Em Lisboa, 2014

Este está a ser um ano de homenagens e centenários… ? acho que se evidencia por igual a quantidade e qualidade de fundos, muitos desconhecidos, como a sua dispersão e falta de contextualização associação… como documentalista, que achas da falta de um projeto de Arquivo Nacional para Galiza, de uma verdadeira Biblioteca nacional?

O papel aguenta tudo. Semelha que gerenciamos para fazer memórias anuais e não há uma estratégia de fundo.

O do Gaiás, sendo um dislate fora de escala e num sítio não demasiado afortunado tinha cousas positivas como um arquivo, uma biblioteca e um museu nacional.

Os centros documentais temos problemas de visibilização e prestígio. Uma parte nada desdenhável da sociedade não conhece a diferença entre um arquivo, uma biblioteca ou um centro de documentação.

E que fazemos? Pois terminar por fundir arquivo e biblioteca num mesmo centro e de prémio ainda levamos para ali a direção-geral. O gasto continua a ser o mesmo e tudo perde o sentido.

Se quigermos criar a nação, fazer país ou que cada qual insira o termo que queira, precisamos duma sociedade civil forte e dumas instituições prestigiadas.

Por exemplo, andamos a digitalizar fundos, com que fim? não vejo um critério claro. Que queremos? visibilizar o património ou fomentar a investigação? Sem definir estratégias não somos nada.

Falemos sobre estratégias para a língua. Por onde deve caminhar o reintegracionismo e/ou o movimento normalizador? Que é o mais atraente nele?

Não quero cair no dito aquele de “O que vêm o derradeiro, quer chegar sempre o primeiro”. Na minha humilde opinião cara a convergência com o resto do galego internacional/português. As estratégias semelham estar bem definidas, os resultados começam a agromar (prémios às Semente, correspondentes da Galiza na Academia…).

É um desafio bem estimulante, imagina todas as possibilidades que se poderiam abrir. E não falo mais que de caminhar cara a normalização de verdade, que não é outra cousa que a normalidade.

Também enfrentamos a meio prazo o que fazer com o “lisbocentrismo” português ou como acometer a reintegração do galego no sistema que lhe é próprio tendo em conta a pouca economia linguística com a que aduita expressar-se o português.

Outra cousa sobre a que ando a cavilar bastante é sobre as normas e o academicismo. Fiquei surpreso um dia numa aula no Brasil em que estávamos a trabalhar sobre um texto do Fernão Lopes e os brasileiros diziam não entender nada de algo que para mim era tão próximo.

Aí, se calhar, entra o facto de terem sido mantidas na Galiza as formas de grafar dos nossos clássicos e a leitura habitual nas distintas variantes do português prévios ao AO. Posto a ler chego a esquecer em que variedade estou lendo. Percebo um sistema linguístico claramente mas não noto obstáculos para ir dum a outro. É como se estivesse a ler um artigo dum catedrático com muitos anos de carreira fronte a um trabalho de mestrado. Notas que há algo mas é subtil, de registo mais do que outra cousa.

Pensar na quantidade de energia que levamos gasta em debates sobre normativas dá vertigem.

Num Terraço na Havana

Num Terraço na Havana

 

Que visão tinhas da AGAL, que te motivou a te associares e que esperas da associação?
A verdade não tinha nenhuma. Sabia que por aí andava o Estraviz que para mim é o dicionário galego com maiúsculas e pouco mais. Motivou-me a ideia de participar em algo compartilhado e de longo percurso.

Que podes tu achegar a ela?
Ânimos, uma visão da língua de fora da Filologia, capacidade de trabalho e vontade de melhorar a situação. Fico ao vosso dispor.

Como gostarias que fosse a “fotografia linguística” da Galiza em 2030?
Uma língua valorizada socialmente, normal.

O primeiro é quebrar a correia de mandar pícaros galego-falantes à escola e recolhê-los falando em espanhol. O futuro da língua está neles e temos que fazer-lhes algo atraente.

Aí entra o modelo do “Dia das Letras”, que humildemente vejo obsoleto. Com as excepções que pode dar o caso duma morte prematura como a de Lois Pereiro quando a um autor lhe chega a sua homenagem a sua obra já fala dum mundo que não é o de hoje e isso dificulta achegar aos mais novos.

Galiza é uma nação com uma história de emigração apenas comparável à da Irlanda ou o sul da Itália, com a crise demográfica que temos o futuro passa por nos converter num de imigração. Tenho muito contacto com imigrantes nas bibliotecas e ainda não dei com o primeiro que tenha preconceitos contra o galego, o que muitos não lhe vem é utilidade. Temos que fazer-lhes ver que é útil. Aí está outro foco de trabalho nos vindouros anos.

Conhecendo Marcos:

Um sítio web: com todas as suas rémoras http://www.europeana.eu/portal/

Um invento: a escrita

Uma música: qualquer uma do Chico Buarque.

Um livro: Qualquer um do Quim Monzó.

Um facto histórico: a viagem de Gagarin, a chegada à lua… a corrida espacial em sim. Obras coletivas que nos deram uma nova perspetiva.

Um prato na mesa: caldo no inverno, lulas da ria no verão.

Um desporto: as trainhas.

Um filme: Barry Lindon

Uma maravilha: a escada de Bonaval.

Além de galego/a: atlântico

 

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