PGL – Jurjo Martins tem dom para organizar grandes eventos lusófonos. Viveu o galego em Vigo como língua mágica, fã de Semente, a sua tia de Cangas é uma polifonia de sotaques, defende mais ação e menos retórica e a música como promotora da coesão social, levando a mensagem reintegracionista muito além.
PGL: O nosso sócio Jurjo está sempre embarcado, na maioria das vezes em terra mas perto do mar ou do rio. Um dos seus últimos desembarques foi com a coordenação do I encontro de escritores da lusofonia, em Monção, ao pé do Rio Minho. Que significou para as galegas e os galegos que estiveram ali?
Jurjo Martins: O Encontro decorreu os dias 29, 30 e 31 de julho (sexta, sábado e domingo) no palácio da Brejoeira, um paço do século XIX rodeado duma espetacular floresta. Contou com o apoio da CPLP, e a presença do assessor da cultura, o brasileiro, Dr. André Heráclio do Rêgo, que participou como moderador numa das mesas de debate, e que durante todo o evento não deixou de se interessar pola nossa cultura e as particularidades das nossas falas galegas.
Nele viramos protagonistas por duas razões: a expectação que desperta a Galiza enquanto berço da língua e da cultura comum, a nossa imensa criatividade em todas as disciplinas artísticas e a capacidade de intermediadores que temos dentro do mundo cultural lusófono. Muitas das lacunas e dos mal-entendidos que a história oficial produz, são preenchidos polos/as galegos/as porque, a causa da nossa história somos quem de ter um ponto de vista alternativo a processos como a colonização, a emigração, a mestiçagem cultural, a diglossia, o contacto de línguas, a recriação da cultura popular, a relação das pessoas com o meio natural…
Com certeza o melhor desses dias foi o convívio entre pessoas de diferentes territórios e identidades: escritores/as, jornalistas e pesquisadores (José Eduardo Agualusa, Miguel Real, Maria Antonieta Preto, Tony Tcheka, Amílcar Bettega, José Vasconcelos, Fernanda Angius…), músicos/as, criadores/as e cineastas (Mito Elias, Fernando Mateus, António Ferreira, João Gigante, Hugo Soares…), mas também o público (por exemplo Lele, uma rapariga de Astorga, que mora em Vigo desde há alguns anos e que se comunicou com todos/as na nossa língua desde o primeiro dia sem problemas). Juntos refletimos sobre a realidade da lusofonia (tentando fugir dos tópicos), sobre as novas tecnologias e a sua relação com a literatura e as artes em geral (cujas fronteiras são cada vez menos claras), e sobre os movimentos do chamado Alter mundo (ecologismo, empreendedorismo social, antibelicismo, feminismo, decrescimento…). Aliás presenciamos a aparição de seres maravilhosos durante a nossa caminhada no trilho da Cova da Moura…
Jurno na Casa do Brasil de Madri
A escolha de Monção, vila fronteiriça e irmã da galega Salvaterra, não foi fortuita. Daí é, por exemplo, o João Verde, escritor português que em 1902 publicou o seu terceiro e mais aclamado livro, Ares da Raia, impresso na tipografia de Eugénio Krapf, de Vigo, que tem como pórtico os famosos versos:
Vendo-os assim tão pertinho,
A Galiza e mais o Minho,
São como dois namorados
Que o rio traz separados
Quasi desde o nascimento.
Deixá-los, pois, namorar,
Já que os pais para casar
Lhes não dão consentimento.
Como sucede com todos os raianos, o rio Minho desde tempos imemoriais une mais do que separa, e a língua comum ajuda a estreitar os contatos.
Na companhia de Guerra Junqueiro, poeta de nome feito que vivia então em Viana, J. Verde contactou com grandes nomes da literatura galega, que vinha seguindo apaixonadamente, desde Francisco Anhom, Rosália de Castro, Curros Henriques…
A conexão galega com a lusofonia cobra força no presente e nesta década será quando se leve à prática. O termo lusofonia, enquanto sociedade cultural, ainda está em construção mas tem uma grande potência, sobretudo pela projeção e o pulo do Brasil. Para os galegos implica uma oportunidade para dar-nos a conhecer no mundo.
A atividade criadora galega estivo representada em diferentes atividades por escritores como Iolanda Zúñiga (Prémio Xerais 2010 com o romance Periferias, sobre a vida nas favelas de São Paulo), João Guisam Seixas (I Prémio Eixo Atlântico de Textos Dramáticos com A Tábua Ocre de Núbia em 1997), Séchu Sende (cujo livro de relatos curtos Made in Galiza recebeu o Premio Ánxel Casal ao Melhor Livro do Ano em 2007), Iolanda Gomis (ganhadora do Concurso Internacional de Poesia ao Vídeo de Pernambuco, Brasil) e Raquel Miragaia, na sua dupla faceta de autora e editora; as compositoras Uxía e Ugia Pedreira, o musicólogo José Luís do Pico Orjais, o dramaturgo e ator Quico Cadaval, o escritor e investigador Carlos Quiroga, da Universidade de Santiago de Compostela, o politólogo galego Carlos Taibo, autor do livro Parecia não pisar o chão. Treze ensaios sobre as vidas de Fernando Pessoa, e os presidentes da associação galego-portuguesa Ponte nas Ondas, Lourdes Carita e Santiago Veloso.
Uma performance baseada no poemário Noente Paradise de Ugia Pedreira abriu o encontro. A vocalista de Marful e Nordestinos/as apresentou também o seu novo projeto com o cantor e compositor brasileiro Fred Martins, com quem acaba de publicar o disco Acrobata. Estiveram acompanhados da sempre mágica Aline Frazão. Pola sua banda, a nossa querida Uxía, que há pouco publicou Meu Canto, ofereceu, junto com o cantor português João Afonso, o concerto de encerramento na noite do domingo. Neste caso acompanhados polo virtuoso brasilego Sérgio Tannus.
A minha gratitude a todos/as elas/es polo seu esforço, o seu imenso talento e, com certeza, a sua companhia.
Jurjo num concerto de Meu Canto
PGL: Não é a primeira vez que te embarcas em projetos de este teor. Na tua estadia em Madri foste responsável por um evento que recolhia vozes lusófonas na capital do Império Pequeno que diriam os da VA-CA.
JM: Sim, foi uma ideia maluca que terminou numa experiência aliciante e enriquecedora onde aprendemos que os sonhos podem virar realidade com responsabilidade, carinho e força de vontade. Como comentei na apresentação na Galeria Sargadelos (daquela ainda se podiam realizar lá atos culturais), foram três galegas “de armas tomar”: Asunción Canal (Chuni) leitora de galego na Universidade Complutense; Nelly Oliveira, amiga brasileira, proprietária do arte-bar Kabokla (onde se realizou a parte mais importante dos atos); e a cantora Uxía, que foi um dos primeiros e mais firmes apoios; as responsáveis por que o barco chegasse a bom porto. O conceito era simples, mas provocador, e o FIGA (Festival Internacional da Galeguia) reuniu durante 3 dias de maio de 2009 parte do melhor da música galega e brasileira atual com o folque de Naia, o punk de O Leo de Matamá e os ritmos brasilegos de Meninos Carentes e, com certeza, de Uxía, acompanhada dos naquela altura ainda quase-desconhecidos na Galiza, Sérgio Tannus, Serginho Sales e Paulo Silva. Além de um percurso poético-musical pola nossa literatura no Centro Galego da mão de Anxo Angueira e o Leo, queimada, caipirinhas, petiscos da Galiza e do Brasil…
O meu agradecimento à amiga Asunción Canal polos anos de frenética atividade cultural e convívio. Também à Associação de Mulheres Galegas no Exterior Rosália de Castro, que pola sua generosidade e excelente trabalho faz honra ao seu nome. Também à Casa do Brasil e ao seu diretor Cássio Roberto de Almeida polo seu apoio para apresentação do Instituto Cultural Brasil-Galiza em novembro de 2010 e à nossa presidenta, Concha Rousia por nos acompanhar lá.
PGL: Jurjo nasceu em Vigo. Como foi o teu contato com a língua da Galiza na cidade da oliveira?
JM: Pois o contacto foi com uma língua secreta, que o envolvia tudo mas que ao tempo parecia invisível. A fenda linguística nom deixa de ser uma fenda cultural e/ou socioeconómica. Com o passar dos anos, o contacto com o movimento operário, de grande força na cidade e onde o galego sempre foi, e ainda é, muito maioritário, abriu-me os olhos à realidade.
Em Vigo, o galego marginado e vilipendiado, por contraste, aparece em toda a parte nas suas paróquias, como o latim na Roma das sete colinas: Alcavre, Beade, Bembrive, Cabral, Candeã, Castrelos, Comesanha, Corujo, Freixeiro, Lavadores, Mata Má, Návia, Oia, Saiães, Sárdoma, Teis, Valadares, Zamães… aliás na antiga vila de Bouças, em Coia, São Paio e em São João do Monte, que não são paróquias administrativas mas têm uma forte tradição histórica e uma forte presença da nossa língua e a nossa cultura; na cidade velha, onde ainda sobrevive o prédio onde foi impresso Cantares Galegos… e especialmente no paraíso natural, cultural e linguístico que temos na nossa frente: o Morraço.
PGL: Sabemos que a área educativa tem uma especial relevância para ti. És favorável à criação de ensino privado na nossa língua?
JM: Acredito firmemente na educação como o caminho fundamental para a libertação do ser humano e para a justiça social. Sempre apoiarei qualquer projeto que for nessa direção. Por princípios estou a favor de um ensino laico, público, galego e de qualidade, mas vejo com muito bons olhos qualquer proposta que do cooperativismo, o empreendedorismo social e/ou a autogestão ajude a normalizar que o galego-português seja a língua ambiental, veicular e normal no ensino na Galiza, tanto no território da comunidade autónoma como nas zonas de língua e cultura galega limítrofes. A independência dos poderes do estado e do seu doutrinação é sempre uma vantagem.
O ensino regrado tal e como o conhecemos pode ser influído positivamente pola atividade de Associações como Agarimar, ou iniciativas como a recém criada de Semente, primeira escola de ensino em galego-português para nenos/as de 3/6 anos. Reduzir o rácio de alunos/as e incluir a autonomia das crianças na aprendizagem e o contato com a natureza podem fazer mudar o rumo do ensino regular, a maior parte das vezes, e apesar do esforço de muitos/as docentes motivados/as, um autêntica “fábrica” de almas rendidas. Precisamos de novos instrumentos para ajudar a desenvolver-se à mulheres e homens livres.
PGL: Quando começas a dar-te conta de que a nossa língua éMundial? Que implica a nível pessoal?
JM: A minha tia, de Cangas, fala com a sua mãe um dos galegos mais lindos que conheço, com léxico e fonética que às vezes parece-me brasileira, outras do norte de Portugal, outras tipicamente galega… desde sempre essa fala secreta -que tinha vergonha de ensinar aos meus primos- despertou em mim muita curiosidade. Além disso ela estava orgulhosa de apanhar em Vigo o sinal das TV’s de Portugal e os seus irmãos, embarcados em Terra-nova ou América do Sul, sempre diziam nas festas de Natal que eles entendiam-se sem problemas com portugueses, angolanos ou brasileiros.
Minha mãe trabalhava numa loja de discos e desde sempre adorou a música brasileira, que formava parte do dia-a-dia na minha casa… era engraçada aquela língua que apesar de que na escola teimavam em considerar “estrangeira” conseguia compreender sem quase nenhum esforço. Quando ultrapassava a alfândega de Valença com os meus avós -do sul de Lugo e de Ourense-, ficava surpreendido com que começassem a falar naquela língua que diante de nós, às vezes por pressões doutros familiares, tentavam ocultar, mas que mesmo falando em espanhol ficava presente. É maravilha escutar o meu avô de 96 anos, mesmo tentando falar espanhol, dizendo cousas como “enquanto”, “ônibus”, “Assim que…”, “mais nada”, “nenhum”.”pronto”… que testemunham que a suposta separação entre galego e português nem é tão antiga como dizem alguns nem tão “natural” como pretendem fazer-nos acreditar.
Além disso no prédio onde nasci, a porteira é uma emigrante retornada, cujos filhos nasceram no Brasil. Dava nas vistas que entre eles falavam galego com ligeiro sotaque brasileiro e com alguma palavra que, na altura, não conseguia identificar.
A primeira vez que viajei a Lisboa com um amigo cuja namorada era portuguesa reparei em que, igualmente, era a primeira vez que o escutava falar em galego! (cousa que nunca fazia na Galiza). Depois de um par de dias lá, percebi que aquele sotaque que achava ia ser tão escuro, era perfeitamente compreensível para mim. Mesmo alguns portugueses diziam-me “que bem falas português para ser espanhol”. Naquela altura eu já sabia que estava ante duas grandes mentiras e esforcei-me por fazer-lhes ver que o que estava a falar com eles era a língua da Galiza, talvez com sesseio, sim, talvez com algum léxico um bocado diferente, mas em essência, pouco estava na verdade a mudar.
PGL: Qual achas que é a saúde da estratégia luso-brasileira-angolana? Quais pensas que estão a ser os roteiros mais interessantes? Por onde deveria transitar?
JM: Ligar o galego a universalidade, autogestão, luta contra o patriarcado, novas tecnologias, autonomia pessoal, decrescimento, respeito à diversidade, à defesa da natureza e aliás inseri-lo num, como diria o Carlos Taibo, “lazer criativo”.
Estes valores, tão criticados durante tantos anos, são, no entanto, a nossa fortaleza. Parece que a realidade teima em dar-nos a razão. No mundo post-globalização, onde, infelizmente, vai ser muito difícil que um projeto cultural independente sobreviva, estamos a ver como as propostas reintegracionistas multiplicam-se e, o mais importante, mantendo os seus princípios e fazendo uma defesa inteligente, fora de posições essencialistas e/ou paternalistas , mas firme, a prol da hegemonia social do galego-português.
Por outra banda, a comunicação agora é mais horizontal. Os portugueses, por exemplo, começam a desconfiar da visão oficial na que a Galiza e o “galego” eram tão “espanhóis” como um senhor de Madrid ou de Sevilha; isto, que antes era normal no norte, acontece hoje também em Lisboa.
O acordo ortográfico é também, com certeza, uma oportunidade que não podemos deixar escapar. Criou-se um padrão de língua mais uniforme, sim, mas ao tempo abriu-se o caminho para as diferentes variedades (é quase seguro que se vai aceitar uma angolana, entre outras…). Neste contexto, o caso galego é visto com extraordinária simpatia e, em contra do que sempre se nos disse, aguarda-se-nos de braços abertos.
PGL: Em que forma podem conviver a estratégia autonomista e a lusófona?
JM: Na verdade, estão a conviver desde o século XIX, ora bem, no século XXI está-se a produzir uma mudança significativa. O autonomismo (polo menos uma parte significativa) vê com bons olhos a lusofonia e aceita-a de facto como estratégia válida em todos os campos, exceto no ortográfico, mesmo também a nível léxico (ainda que seja na intimidade). O Brasil tornou-se um lugar de encontro e de auto-identificação. É verdade que às vezes certos setores utilizam o Brasil para tentar fazer finca-pé nas diferenças com as falas de Portugal e também que o seu posicionamento não deixa de ser retórico, mas as fírgoas e gretas são cada vez mais grandes e as pessoas mais novas carecem dos preconceitos dos seus antecessores.
Esta primavera assisti à primeira jornada dedicada à literatura galaico-minhota (sic.) na feira do livro de Braga. Foram convidados escritoras e escritores de todas as posições à respeito da língua, num convívio modelo e enriquecedor que tirou à luz que é muito mais o que nos une que o que nos separa. As alfândegas mentais de muitos não podem deixar de se render à evidência. Issac Alonso Estraviz leva razão: triunfaremos!
Jurjo junto a um retrato fotográfico de Fernando Pessoa
PGL: Por onde deve transitar a nossa estratégia para avançar socialmente?
JM: Devemos fugir dos debates estéreis e intermináveis. Procurar, sempre, novos caminhos e, o que eu acho mais importante, somar em vez de dividir, seduzir em vez de impor. Praticar com o exemplo, que não é só a maneira mais fácil de ensinar algo, mas também quase a única. Em definitiva: humildade nas atitudes, vontade didática e ir conseguindo objetivos concretos. Em definitiva, mais ação e menos retórica.
Por exemplo, temos conseguido entre todos/as que Compostela se tornasse numa cidade lusófona, ponto de referência mundial desta cultura; aliás Cantos na Maré , em Ponte Vedra, é um festival de referência. Há que ir avançando com passos firmes, que agora cada vez vão tornar-se mais grandes. Em Vigo, por exemplo, um grupo de pessoas teimamos até que conseguimos que este ano se ministrem no Instituto Camões aulas no nível C1, a primeira vez que acontece na Galiza. Criou-se a Academia Galega da Língua Portuguesa e Aló Irmao chegou a nº1 nas listas da RTP África… insisto, estamos numa nova etapa, só de nós depende acreditar e continuar a crescer para confirmar aquilo de que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
As artes são, neste sentido, um processo de conhecimento não científico com uma força tremendamente poderosa. Nomeadamente a música, que promove a coesão social e leva a mensagem reintegracionista muito além. Sendo um povo tão ligado à expressão musical, temos a sorte de que excelentes pessoas e músicos como Aline Frazão, Fred Martins, Sérgio Tannus, Serginho Sales, Paulo Silva… morem entre nós e ajudem a espalhar não só a nossa mensagem, mas também a nossa alegria. E com certeza galegos/as como Uxía, Narf, Xoán Curiel, Ugia Pedreira… que fazem parte da história da música popular galega, mas também da lusófona. Parafraseando Castelão “a música, como os pássaros, voa sobre as fronteiras políticas”.
O cinema também reflete nestes tempos uma nova visão sobre realidades muito atuais, mas ao tempo muito antigas: Mulleres da raia (sic) da galego-minhota Diana Gonçalves; Galegos de Cá e de Lá, de Júlia Fernandes; Fronteiras, de Rubén Pardiñas; Entre línguas, de João Aveledo, Vanesa Vila-Verde e Eduardo Maragoto… Na literatura temos iniciativas inovadoras como os Cadernos Q de Vian do coletivo A porta verde do sétimo andar; no jornalismo gratas surpresas como a de Diário Liberdade; e com certeza o éMundial, que é só a primeira pegada de algo muito mais grande que está por vir…
PGL: Que visão tinhas da AGAL, que te motivou a te tornares sócio e que esperas da associação?
JM: A Internet, no meu caso, foi fundamental para terminar de me chegar à AGAL. Estando só na minha casa, sem interferências interessadas, pode-se ler, refletir, comparar, imprimir em papel, pesquisar… percebi que era o caminho mais natural, menos forçado, mais enriquecedor para, sem deixar de ser galego nem perder as nossas variedades e falas, variadas e apaixonantes, como nom podia ser menos no berço duma língua com tantas cores, reafirmar-nos culturalmente no mundo.
Mas, com certeza o contacto humano foi decisivo. Jeanne, Aline, Valentim, Miguel, Carlos, Concha, Joám, Suso, Aitana… tantas e tantos… Penso que a estratégia dos últimos anos, a abertura à sociedade, a imaginação e a criatividade em tempos em que outros só se laiam polas subvenções perdidas fizeram que tomasse partido dum jeito ativo.
Da AGAL espero que saiba continuar evoluindo e adaptando-se aos tempos, que continue a valorizar o trabalho em equipa por riba dos individualismos, que saiba escutar e dê voz às/aos sócios/as.
Conhecendo Jurjo Martins
- Um sítio web: http://www.buala.org/, o site da cultura contemporânea africana
- Um invento: ainda por chegar, a vacina contra a SIDA.
- Uma música: impossível decidir-me… por exemplo uma que fosse uma mistura de The doors, Fuxan os ventos e Aline Frazão.
- Um livro: qualquer um de Rosália de Castro, Hilda Hilst ou Joseba Sarrionandia
- Um facto histórico: confio em chegar a ver como África se ergue e se liberta e que situações como as do Sudão ou Etiópia desapareçam para sempre.
- Um prato na mesa: qualquer um com arroz, peixe ou abacate.
- Um desporto: caminhar, nadar no mar, brincar.
- Um filme: A Ilha, do sul-coreano Kim Ki Duk
- Uma maravilha: a capacidade de amor, criatividade e solidariedade das pessoas, além dos nossos defeitos.
- Além de galego/a: bicho do mato, ghalopim (com gheada).