Sergi Turiella é um sócio catalám cuja ligaçom com a Galiza e a sua língua foi por meio da tropa. Ora, tem longínquas ligações familiares com a malta galega. O ano Carvalho Calero tivo como lindo efeito colateral umha novo contacto com a causa galega e a sua filiaçom à AGAL. Depois, acha que @s galeg@s estám por toda a parte embora em certo modo, partidos. Há semelhanças entre o contexto galego e catalám mas, na verdade, Cada terra fa sa gerra.
Recentemente entrevistamos o Pau Roig, um outro sócio catalám. No teu caso, o serviço militar foi o início de umha grande amizade?
Certo, naquela altura, anos 80, já tinha interesses culturais pola Galiza, morando na Catalunha. Era o momento em que o periódico A Nosa Terra chegava aos quiosques. Além disso, as emissões radiofónicas da imigraçom galega, que ainda hoje podem atopar-se no rádio. Mas estas eram mais de morrinha. A oportunidade vital da tropa foi a primeira viagem fora do meu país, e ainda de um mar para outro. O serviço militar na Galiza foi a oportunidade de viver noutro mundo, onde a maioria da gente era galega, e os outros éramos os imigrantes do resto do estado. Encontrei cousas boas e más e como tinha tempo avondo, e gosto de ler, os companheiros galegos deixaram-me algum dicionário, e algum livro, quando nom os comprava eu na Livraria, especialmente na Corunha, na Couceiro. Muitos dos galegos surpreendiam-se que alguém de fora quisesse aprender galego, no final falava bastante bem e sempre queriam saber se tinha família galega. O mundo celta sempre vai muito ligado ao clam, à família. Na livraria também encontrei a revista do Ensino e a Agália, onde a controvérsia ortográfica expunha-se claramente. Daquela lim livros de Carvalho Calero, com umha escrita elegante e cheia de inteligência. O caminho do meio foi o que ele ensinou, abrir as portas sem perder a identidade galega.
Na década de 80, durante o serviço militar, aprendi galego e lim livros de Carvalho Calero, com umha escrita elegante e cheia de inteligência. O caminho do meio foi o que ele ensinou, abrir as portas sem perder a identidade galega.
Desde aquela visita nunca mais voltaste à Galiza mas os fios nom se romperam.
Nom voltei mas fiquei Sempre em Galiza. De vez em quando, ia para a Livraria Sargadelos de Barcelona. E levara comigo música e livros galegos. Por casualidade, ou causalidade, a minha mulher é neta de galegos por parte do pai. Ela é catalá, mas gosta de falar com sotaque brasileiro. Às vezes, quando vou para Arles na Provença, ou Vezelay, na Borgonha, penso no Caminho que vamos encontrando longe de Galiza.
És assinante do Nós Diário e fazes parte da Asemblea Cultural Galega de Barcelona, ACGB. Como se vive a galeguidade na Catalunha, dentro e fora dessa entidade?
Nom participo ativamente, aproveito a Internet para manter o contacto. Fazem bastantes atividades na Catalunha. Mais é difícil sair dum arrecendo folclórico como o do Centro Galego. Encontro pessoas galegas em muitas partes, especialmente na Área Metropolitana da Barcelona, e quando falo com elas tenhem sentimentos diversos.
O ano Carvalho Calero fortaleceu o teu contacto com a Galiza e a língua. No teu blogue tens um artigo ao respeito.
O ano Carvalho foi a ocasiom para lembrar e homenagear este grande estudioso da língua e a história galega e para refletir sobre os vínculos históricos entre a Catalunha, a Occitánia e Galiza, desde a herança celta ou gaulesa na Catalunha e Occitánia há séculos até os tempos atuais.
Em que medida a causa galega gera simpatia na Catalunha?
A causa galega tem simpatia na Catalunha, mais sente-se longe, os galegos e galegas nom gostam de falar e os cataláns nom som conscientes da força de Galiza. Se umha cousa tenho clara é como os galegos mandam agora no Estado Espanhol. Estám em todos os espaços de poder, sejam partidos, empresas, bancos, restauraçom, sindicatos, de umha ou outra cor, ali estám. Mas, como diz a Bíblia, “de que serve ganhar o mundo se perderam a alma”.
Olhando a realidade sociolinguística galega e dos territórios de expressom catalá, quais as semelhanças, quais as diferenças em tua opiniom?
Como semelhanças temos a discriminaçom da língua, e da sua gente, a necessidade de valorizar a língua, de abrir o quadro mental e aprender a língua franca que é o american, redescobrir a história que foi deturpada e alterada polos interesses de estado. As diferencias basean-se mais na cultura e jeito de viver de cada povo. “Cada terra fa sa gerra”.
Se umha cousa tenho clara é como os galegos mandam agora no Estado Espanhol. Estám em todos os espaços de poder, sejam partidos, empresas, bancos, restauraçom, sindicatos, de umha ou outra cor, ali estám. Mas, como diz a Bíblia, “de que serve ganhar o mundo se perderam a alma”.
Que te motivou a te tornar sócio da Agal e que esperas do trabalho da associaçom?
Manter o suporte, mais do que a colaboraçom porque nom disponho de muito tempo livre. Para mim, a Agal tem que manter o norte da língua.
Como gostarias que fosse a “fotografia linguística” da Galiza e da Catalunha em 2040?
Gostar, gostaria muito de que as cousas trocassem radicalmente.
Conhecendo Sergi Turiella
Um sítio web: Nós Diário
Um invento: A bicicleta.
Umha música: A cançom popular ou tradicional.
Um livro: Sempre em Galiza.
Um facto histórico: A vitória de Pere el Gran na Cruzada.
Um prato na mesa: Canelloni.
Um desporto: Caminhar.
Um filme: Cidadám Kane.
Umha maravilha: A Sagrada Família.
Além de catalám: Pouco mais que viver e deixar viver.